Segurança jurídica e mercado global são abordados em palestra do Legal G20
Durante a palestra de abertura do Legal G20, realizada no dia 18 de abril, no Rio de Janeiro (RJ), o presidente e sócio sênior do BTG Pactual, André Esteves, falou para advogados brasileiros e representantes de entidades jurídicas das 19 maiores economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia, sobre segurança jurídica e mercado global.
Esteves afirmou que há diversas oportunidades de investimentos entre as empresas brasileiras e as dos outros países integrantes do G20, afinal, segundo ele, “o corpo de governança global se trata disso: de fazer o mundo mais integrado, mais igual, mais próximo, mais perto e, principalmente, mais justo”.
O presidente do banco de investimento afirmou que o comércio exterior brasileiro está passando por uma evolução, tendo migrado de US$ 100 bilhões de corrente de comércio para US$ 600 bilhões. “No ano passado, fizemos US$ 100 bilhões de balança comercial. Somente a Alemanha e a China são maiores do que o Brasil estruturalmente. Neste ano, serão uns US$ 90 bilhões”, avaliou.
O palestrante ainda elencou outros dados positivos do comércio exterior. “O Brasil se tornou um dos cinco maiores exportadores líquidos do mundo. A balança comercial no ano passado foi em torno de US$ 100 bilhões”.
Fluxo de investimentos
De acordo com Esteves, o Brasil é atrativo para os outros países investirem, por possuir estabilidade política, econômica e institucional, e por estar aberto a todos os tipos de investidores. “O Brasil consertou os desafios inflacionários, seus desafios de contas externas e é um país que tem uma das balanças de pagamentos mais saudáveis do mundo”, frisou.
O presidente do BTG Pactual citou como exemplo o leilão de linhas de transmissão de energia, que ocorre anualmente, com regras estáveis. “Em novembro do ano passado, tivemos o maior leilão de linhas de transmissão no Brasil e o grande vencedor foi uma companhia chinesa, com um investimento de cerca de R$ 25 bilhões. Foi um dos maiores investimentos diretos anunciados no mundo: uma companhia chinesa de infraestrutura no Brasil”, relatou.
O palestrante explicou que o fato ocorreu devido a uma combinação de dois fatores. Primeiro, porque o país possui regras claras nessa questão, sendo as mesmas para os concorrentes locais e para os estrangeiros. “Segundo, o G20, coordenado pelo Itamaraty, não podia ser um exemplo maior de como o Brasil pensa da governança global: governança harmônica e inclusiva”, esclareceu.
“A nossa posição de recursos naturais, de bom relacionamento com todos os países e disciplina econômica, combinados com democracia consolidada pujante, é a segurança que todos podem ter de vir aqui e aproveitar as oportunidades que o Brasil oferece”, concluiu.
Legal G20
A iniciativa, que aconteceu nos dias 18 e 19 de abril, teve como objetivo a construção de uma agenda jurídica global, abordando temas como os princípios democráticos, os direitos humanos, a segurança jurídica e a tecnologia.
O evento contou com a participação de representantes dos países do G20, composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia) e dois órgãos regionais – União Africana e União Europeia.
O G20 é o principal fórum de cooperação econômica internacional. Desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais. O Brasil exerce a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024.
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