Abertura do II Fórum das Pessoas com Deficiência prega protagonismo
Curitiba (PR) – A palestra magna de abertura do II Fórum sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, realizado nesta quarta-feira (13), abordou a questão do protagonismo da dignidade e história das pessoas com algum tipo de deficiência.
Izabel Maria Madeira de Loureiro Maior, professora aposentada de medicina da UFRJ e ex-secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, proferiu a conferência magna. A fala da médica girou em torno de relatório da ONG Human Rights Watch sobre os abrigos para pessoas com deficiência no Brasil, que mostrou uma situação, segundo ela, “nefasta insustentável”.
Izabel apresentou alguns dados do relatório, que tem como título “Eles Ficam Até Morrer”. Cinco mil crianças e o mesmo número de adultos vivem nestes abrigos, muitas vezes sem roupas, atados a seus leitos, sem qualquer dignidade. “Várias ações foram tentadas para que as violações, as violências e os abusos parasse, mas é insuficiente. Não conseguimos fazer com que as engrenagens que mantêm esta situação rodem no sentido da inclusão e do acolhimento com dignidade”, afirmou.
Ao debater possíveis soluções, ressaltou a importância do respeito às leis, tanto brasileiras quanto à Convenção Internacional da ONU para a pessoa com deficiência, que garantem, por exemplo, o benefício mensal para as famílias, mas também lutar para a implementação de políticas públicas como cuidadores. A mudança de estrutura, de abrigos para casas inclusivas, também ajudaria, assim como garantir alguma autonomia. Izabel também cobrou que os participantes do fórum, principalmente das comissões da OAB, saiam do fórum com um pacto para que “nenhuma pessoa com deficiência seja deixada para trás em um abrigo”.
Lançamento
Após a conferência magna, foi lançado o projeto Empregabilidade: Inclusão da Advogada e do Advogado Pessoa com Deficiência na Advocacia. A presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB-PR, Berenice Reis Lessa, apresentou as diretrizes da iniciativa.
“Sentimos a necessidade de fazer o projeto ao observar a dificuldade que tivemos desde o momento de formar a comissão em nossa Seccional até a constatação de que era preciso criar um projeto que garantisse que o advogado com deficiência conseguisse, de fato, trabalhar. O que falta aos 404 advogados e advogadas com deficiência em nosso Estado é oportunidade”, apontou.
Ela lembrou que a maioria dos escritórios que têm condições de contratar ignora competência, autonomia e capacidade. “Dentre os planos de ação estão a criação de uma central de inclusão de apoio à PCD, as políticas de envolvimento dos centros de apoio à PCD nas universidades, a motivação da criação dos escritórios compartilhados, a criação de um banco de oportunidades de trabalho para o advogado com deficiência, a busca por parcerias para estágios, a promoção de oficinas de conscientização, entre outras”, enumerou.
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