OAB promove seminário para debater ações afirmativas
A OAB Nacional promoveu nesta segunda-feira (26) o seminário “O Advogado, a Democracia e as Ações Afirmativas”. O ato foi realizado por meio da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade, Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, Comissão Nacional de Direitos Humanos e Comissão Nacional da Mulher Advogada e da Escola Nacional de Advocacia. O evento teve por objetivo garantir a igualdade e combater a discriminação. Ao longo do seminário, foram realizados quatro painéis: A importância e repercussão das cotas para a sociedade brasileira; Medidas reparatórias da escravidão negra; A mulher advogada na perspectiva de gênero e raça; e As relações étnico-raciais na formação dos advogados e advogadas.
“Muito rico o seminário que realizamos hoje no Conselho Federal. Discutimos ao longo desse dia aspectos de aprimoramento da democracia e das ações afirmativas. Debatemos sobre o racismo em nossa sociedade e em nossa profissão. Sobretudo, discutimos a igualdade e as questões raciais que envolvem o Brasil. Saio daqui hoje convencido de que estamos no caminho certo. Envolvemos as comissões num amplo debate com o apoio irrestrito do presidente Santa Cruz. Temos muito trabalho pela frente, mas caminhamos bem”, afirmou o vice-presidente da OAB Nacional, Luiz Viana Queiroz.
A presidente da comissão nacional de promoção de igualdade da OAB Nacional, Silvia Cerqueira, avaliou que a discussão promovida no seminário é fundamental, sobretudo no contexto atual. “Penso que esse foi um dia histórico. Agradecemos a sensibilidade do presidente Felipe Santa Cruz, do vice-presidente, Luiz viana, que atenderam a nossa sugestão de realizar esse seminário. Tiramos aqui conclusões muito interessantes, inclusive reafirmando alguns temas que aqui já foram abordados desde a época que fui conselheira federal e que carecem de implementação. Estamos vivendo tempos sombrios. Tempos de perda de direitos, de fechamento de instituições, como o Ministério de Promoção da Igualdade Racial e o Ministério da Mulher. Temos perdido direitos e temos de estar mobilizados no sentido de assegurar esses direitos”, disse ela.
“Discutir todo o resquício da escravidão que está no Brasil até hoje é uma forma de combater a discriminação e de fazer o Brasil tornar-se mais parecido com sua verdadeira cara. Por isso é muito importante o trabalho que a OAB vem fazendo de uma forma quase que isolada. Estamos avançando. Não é fácil, são coisas que estão incrustradas na alma brasileira e que estão permanentemente em choque. O Brasil jamais será uma nação de primeiro mundo enquanto não conseguir resolver o problema da dívida pela escravidão negra no Brasil”, declarou o presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, Humberto Adami.
A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, Daniela Borges, salientou que o debate racial está ligado com a luta das mulheres. “A luta pela igualdade de gênero não pode se dissociar da luta pela igualdade racial. As mulheres negras estão na base da pirâmide e são as que mais sofrem preconceitos, discriminação e violência. A Comissão Nacional da Mulher Advogada tem como compromisso atuar para promoção da igualdade de gênero e raça na sociedade e na advocacia”, declarou Daniela.
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