III Conferência da Jovem Advocacia debate inserção no mercado de trabalho e direitos fundamentais
A OAB Nacional, por intermédio de sua Comissão Nacional da
Advocacia Jovem e da Comissão da Jovem Advocacia da OAB-MS, realizou, nesta
quarta-feira (23), o segundo dia de atividades da III Conferência Nacional da
Jovem Advocacia. Foram três palestras magnas que trataram de direitos
fundamentais, sistema eleitoral e inserção no mercado de trabalho da jovem
advocacia.
A primeira, proferida pelo ministro do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), Reynaldo Fonseca, tratou sobre a relação entre “Pandemia,
Direitos Fundamentais e Fraternidade”. Para o magistrado, é necessário
implementar a cultura da construção de uma justiça consensual e que
efetivamente restaure, não somente centrada na punição. “Mesmo antes da
pandemia, já tínhamos 12% da população brasileira sem habitação. Fora aqueles
sem saneamento, sem educação, sem emprego. Integridade, solidariedade,
competência, educação, ciência e tecnologia são os fatores determinantes para
superarmos esse quadro. Faço o apelo para que voltemos de forma diferente ao
chamado ‘normal”, disse.
A segunda palestra magna abordou o tema “Impactos da
Pandemia no Sistema Eleitoral” e foi proferida pela advogada e professora Maria
Carolina Trindade Nantes. “A impossibilidade de realizar várias atividades de
modo presencial modificou algumas questões do processo eleitoral. A própria
Resolução nº 23.006 do TSE, que versa sobre o calendário eleitoral de 2020,
precisou passar por transformações. É uma questão tão ampla e importante, que
foi necessária a edição da Emenda Constitucional 107 de 2020. Esse é o
principal exemplo de mudanças e adaptações que atingiram o âmbito eleitoral”,
recordou.
A terceira conferência magna do segundo dia foi conduzida
pelo presidente da Comissão de Advogados em Início de Carreira da OAB-PA,
Alvimar Pio, e teve como tema “Inserção do Jovem Advogado no Mercado de
Trabalho”. Pio tratou da realidade de seu estado, o Pará, mostrando dados do
relatório Justiça em Números – compilado pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) – para mostrar aos advogados em início de carreira os diversos caminhos
possíveis dentro da advocacia, passando por técnicas de negociação,
precificação dos honorários e fechamento de contratos.
Ao longo do dia foram 14 painéis que trataram de advocacia internacional,
imobiliário, trabalhista e direito do consumidor e de família; foram debatidas
formas de inclusão de advogado com deficiência no mercado de trabalho e formas
de precificar prestação de serviços e da gestão do primeiro escritório. Foi
traçado um panorama da advocacia no interior e os desafios da compliance,
advocacia digital e a Lei Geral de Proteção de Dados.
O painel “Perspectivas para a Jovem Advocacia na Sociedade
Pós-Pandemia” encerrou o dia de debates e teve o diretor-tesoureiro da OAB
Nacional, José Augusto Noronha, como um dos palestrantes. A III Conferência
Nacional da Advocacia é um evento trienal e prossegue até amanhã. O encontro
seria realizado presencialmente em Bonito (MS), mas foi adaptado para o formato
virtual em função da pandemia da covid-19.
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