Luís Gama: 140 anos da morte de um dos maiores defensores da liberdade e do direito

Há 140 anos, o Brasil perdia uma de suas mais importantes figuras: o abolicionista Luís Gama. Autodidata, ele aprendeu direito sozinho e atuou como jornalista, defensor, lutou pelo fim da escravatura, como pela proclamação da República. Em novembro de 2015, a OAB concedeu a ele o título de advogado. Gama libertou mais de 500 escravos. O título foi dado 133 anos depois de sua morte, em 1882. 

O professor Luis Carlos Santos, autor de uma biografia do abolicionista, enfatiza que ele foi o primeiro personagem, militante, que, depois de Zumbi dos Palmares, assume a negritude em plena sociedade escravista.

Segundo o presidente da OAB Nacional, Beto Simonetti, novas regras de inclusão racial e de gênero estão sendo aplicadas na Ordem, que deve se tornar cada vez mais diversa. “Somos quase 1 milhão e 300 mil advogados e advogadas espalhados pelo país. Temos que usar nossa diversidade em nosso favor”, afirmou. 

E, nesse processo, retomar a figura histórica de Luís Gama é “enaltecer uma luta que é feita há mais de um século e que ainda deixa marcas na sociedade brasileira. A herança de persistência e tenacidade que enfrentou uma das maiores mazelas do país e libertou centenas de outros homens e mulheres é uma lição para todos nós e uma lembrança da relevância da atuação da advocacia no combate às violações de cada tempo.” 

Silvia Souza, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos, ressalta que o legado dele é maior do que entregou ao tempo de sua vida. “Para nós, Luís Gama foi um verdadeiro farol da advocacia lutando por justiça, liberdade e por aquilo que hoje chamamos de direitos humanos contra um estado escravagista”, disse.

Ela lembra, ainda, que, segundo Nelson Câmara, autor da obra “O advogado dos escravos – Luís Gama”, advogado e historiador, a teimosia dele em advogar em prol de uma clientela de escravizados desvalidos, humilhados e sedentos por liberdade permitiu a ele abandonar o jornalismo e dedicar-se exclusivamente à advocacia. 

“Rejeitado pelos mestres e alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco em razão de sua negritude, o autodidata tornou-se um rábula, exercendo com profundo destemor a advocacia, esta que não é profissão para covardes”, pontuou Silvia. 

Leia aqui o perfil de Luís Gama publicado neste Mês da Advocacia.


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