OAB inicia as atividades da III Conferência Nacional da Jovem Advocacia

A OAB Nacional, por intermédio de sua Comissão Nacional da Advocacia Jovem e da Comissão da Jovem Advocacia da OAB-MS, deu início, nesta terça-feira (22), às atividades da III Conferência Nacional da Jovem Advocacia. O evento, que prosseguirá até o dia 24, é trienal e seria realizado presencialmente em Bonito (MS), mas foi adaptado para o formato virtual em função da pandemia da covid-19. 

Na abertura da conferência, o presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, lamentou as quinhentas mil mortes causadas pela pandemia e também o fato de não poder realizar o evento de modo presencial. “Sonhamos que estaríamos juntos na linda cidade de Bonito neste momento, para confraternizar, abraçar e pensar o futuro da advocacia. Serão os jovens advogados os herdeiros de um momento de grande dificuldade. Já não tínhamos no Brasil um modelo de justiça célere, o que foi agravado pelo cenário atual. A jovem advocacia é o motor das transformações, que exigirão da OAB ainda mais efetividade e uma pauta clara. Vocês são a nossa esperança, precisam conhecer nossa história para guiar nosso futuro”, disse Santa Cruz, que ainda lembrou a falta de juízes nas comarcas e outros entraves à boa prestação jurisdicional. 

A presidente da Comissão Nacional da Advocacia Jovem da OAB, Amanda Pereira de Magalhães, apontou que é preciso reconhecer o papel da tecnologia diante de uma crise de viés financeiro, social e sanitário. “Mesmo com pesar por não podermos estar juntos, me alenta podermos dividir o mesmo espaço virtual. Mesmo que sem a pandemia, muitos dos jovens advogados teriam incerteza se poderiam estar no evento, pois o começo da nossa profissão é de instabilidade, medo e dúvidas. Por isso precisamos ocupar os espaços democráticos, mostrar que sabemos nosso valor em um mercado competitivo. É preciso, de igual modo, que sintamos o pertencimento à instituição”, afirmou. 

Também compuseram a mesa de abertura do evento o vice-presidente nacional da OAB, Luiz Viana Queiroz; o secretário-geral da OAB Nacional, José Alberto Simonetti; o secretário-geral adjunto da OAB Nacional, Ary Raghiant Neto; o diretor-tesoureiro da OAB Nacional, José Augusto Noronha; o presidente da OAB-MS, Mansour Elias Karmouche; o presidente da OAB-PR, Cassio Telles; e a presidente da Comissão da Advocacia Jovem da OAB-MS, Janine Delgado.

Conferências Magnas

A primeira conferência magna foi proferida pela advogada Ana Paula Martinez, eleita a melhor advogada do mundo em 2016 no Direito da Concorrência, entre aqueles com menos de 40 anos de idade, no prêmio promovido pela publicação britânica especializada Global Competition Review (GCR). Ao abordar o tema “Conexão no Mercado Jurídico”, ela salientou que “investir nas oportunidades com perseverança é o melhor dos caminhos, sem enxergar apenas a ponta do iceberg que é o sucesso, mas sim todo o caminho de percalços e desafios que o precede”. A moderação foi do advogado Caio Moura Kai.

Na segunda conferência magna, o tema foi “O Cenário Pós-Pandemia e as Oportunidades de Mercado para os Jovens Advogados”, apresentado economista e empresário Ricardo Amorim. “Esse mundo é o que se coloca hoje, com muita informação e muito acesso a ela. E nesse cenário, também há um abarrotamento do Judiciário. Isso desumaniza os casos, automatiza os processos. O advogado jovem deve se preparar para um mundo onde a sensibilidade será um fator fundamental, exatamente o que o diferenciará da inteligência artificial”, apontou. A moderadora foi a presidente da Subseção da OAB de Bonito (MS), Bianca Medeiros.

Painéis

O primeiro dia do evento contou com a realização de 12 painéis, em três salas simultâneas de transmissão. Foram abordados diversos temas, como empreendedorismo, acesso à justiça, cinco anos do Código de Processo Civil, sucessão e governança no agronegócio, nova lei de licitações, novas relações sociais e direitos civis, desafios dos afrodescendentes no mercado de trabalho no século XXI e direitos humanos e garantias fundamentais à luz da Constituição Federal.

O conselheiro federal e detentor da medalha Rui Barbosa, Carlos Roberto Siqueira Castro (RJ) foi um dos participantes do painel sobre direitos humanos e garantias fundamentais. Um dos mais respeitados advogados do país, Siqueira Castro falou sobre a evolução dos direitos fundamentais e o princípio da dignidade da pessoa humana, traçando um panorama histórico da Constituição Federal.

“Durante os trabalhos na Constituinte, às vezes ficávamos impressionados com a ousadia, com quantidade de direitos propostos. Uma Constituição transformadora exige agentes transformadores. Ela delega cidadania, delega às autoridades públicas tornar o máximo efetivo de direitos, mesmo diante de todas as dificuldades. As pessoas não nascem iguais, mas elas podem se tornar iguais a depender da generosidade legislativa e do avanço civilizatório. Não tenho dúvidas de que o Brasil é um país mais igualitário, mais justo e mais democrático, em que pesem todos os problemas, graças a Constituição Cidadã de 1988”, afirmou Siqueira Castro.

Nesta quarta-feira (23) serão realizados mais 15 painéis, além de três conferências magnas. As palestras estão sendo transmitidas pelo canal da OAB Nacional no YouTube, mas quem desejar certificação (30h de atividades complementares) precisa se inscrever e acompanhar as palestras pela página de eventos da OAB Nacional.


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