OAB realizará desagravo a advogada algemada em JEC de Caxias
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Na próxima segunda-feira, dia 17, às 15h, a OAB/RJ fará um
ato de desagravo à advogada Valéria Lúcia dos Santos, que na manhã de ontem,
dia 10, foi algemada e presa no
exercício da profissão durante uma audiência no 3º JEC de Duque de Caxias.
A Diretoria da OAB/RJ convoca toda a advocacia fluminense
para ato de desagravo, que acontecerá na porta do juizado de Duque de Caxias e
contará com a presença do presidente do Conselho Federal da OAB, Claudio
Lamachia.
“Sabemos que toda advocacia foi aviltada e algemada juntamente
com a nossa colega. Sofremos juntos e juntos diremos não!”, destaca o
presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz.
Entenda o caso
A Comissão de Prerrogativas da Ordem atuou em mais um caso
flagrante de desrespeito às garantias legais da advocacia. Nesta segunda-feira
dia 10 de setembro, a advogada Valéria Lúcia dos Santos foi algemada e presa no
exercício da profissão, durante uma audiência no 3º JEC de Duque de Caxias.
“A Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ, em conjunto com a
OAB/Duque de Caxias e a OAB Mulher, atuou em mais um caso revoltante nesta
segunda-feira dia 10. Uma advogada da subseção de Duque de Caxias foi algemada
em pleno exercício profissional. Nada justifica o tratamento dado à colega, que
denota somente a crescente criminalização de nossa classe. Iremos atrás de
todos os que perpetraram esse flagrante abuso de autoridade. Juntos somos
fortes”, afirmou o presidente da comissão, Luciano Bandeira.
A informação foi enviada para o grupo do Plantão de
Prerrogativas no Whatsapp. Em seguida, foram juntados vídeos e o advogado Pedro
Henrique Nascimento, que testemunhou a cena, colocou-se à disposição para
prestar depoimento sobre os fatos ocorridos.
Os procuradores da Comissão de Prerrogativas fizeram contato
com a Direção do Fórum de Duque de Caxias, sendo atendidos por funcionários que
informaram que “um delegado da Ordem já acompanhava o caso”, tendo sido
encaminhados posteriormente para a 59ª Delegacia de Polícia da região. Após
entrarem em contato com a sala da OAB/RJ, do Fórum Regional de Caxias, foram
informados de que o delegado Marcelo Vaz havia se deslocado até a sala de
audiências do 3º JEC.
Vaz, enviado pela 2ª Subseção, relatou que a advogada estava
algemada e cercada por policiais militares, sendo solicitado aos mesmos que
retirassem as algemas diante da flagrante ilegalidade, o que teria sido
atendido de pronto.
Segundo os procuradores, “a juíza leiga Ethel de Vasconcelos
informou que a advogada estava requerendo a adoção de medidas acerca de
audiência finalizada, o que estaria impossibilitado até mesmo pela finalização
da ata”.
Nos vídeos que circularam no grupo de Whatsapp, é possível
ver a advogada sentada à mesa de audiências requerendo a presença de delegado
da Ordem, sendo confrontada pela juíza leiga, que solicita que aguarde do lado
de fora da sala de audiência, o que é negado pela patrona. A advogada insiste
em permanecer sentada até que algum representante da OAB-RJ esteja presente, e
a juíza então informa que notificará a polícia para a sua retirada. No último
vídeo, a advogada está algemada, sentada no chão da sala de audiências, próxima
à porta, cercada por policiais militares, afirmando diversas vezes que só quer
exercer “o direito de trabalhar”.
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