OAB-RJ empossa nova diretoria
“Depois deste período
triste e repleto de conflitos, tenho certeza de que o País será muito melhor e
ainda mais livre”. Com essa fala, encerrou seu discurso o membro
honorário vitalício Felipe Santa Cruz, que representou o presidente da OAB
Nacional na posse de reeleição de Luciano Bandeira como presidente da OAB-RJ. A cerimônia foi realizada no Theatro
Municipal da capital fluminense, na noite desta segunda-feira (28/3). Bandeira é presidente da seccional desde 2019,
tendo sido empossado para o triênio 2022-2025.
Bandeira, em seu
discurso, fez uma retrospectiva emocionada, destacando as conquistas e os
avanços da instituição, como os escritórios digitais, as ações da CAARJ (Caixa
de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro), a inauguração de 200 postos e
316 salas de atendimento para a população, o apoio recebido pela Justiça
Itinerante, os convênios realizados com a Caixa Econômica Federal e o Banco do
Brasil para viabilização de liberação de mais de 450 mil alvarás e recebimento
dos mandados de pagamento anunciados. Ele também destacou os prejuízos
econômicos e lembrou que, em nenhum momento nesses dois anos de pandemia, a OAB-RJ
deixou de funcionar.
“É por isso que, com
muita esperança e alegria, eu olho para vocês aqui hoje no Theatro Municipal,
no Rio de Janeiro, olhares de louvor pela superação nessa pandemia. Nesse novo
período estaremos mais fortes e mais unidos. Vamos estar mais próximos com a
advocacia itinerante, para sentir as dores e as demandas, e trabalhar na
capacitação dos profissionais, pois ela é a chave para o sucesso nesse novo
mundo digital”, afirmou.
Democracia com diálogo
Para a nova gestão, Bandeira reforçou quais continuarão a ser seus pilares de sustentação. “Em tempos de
polarização, optei por fazer uma gestão tolerante que funcionasse em meio a um
espaço de diálogo e respeito. Acredito profundamente que a democracia se faz
com diálogo. E é nessa defesa da democracia, diálogo e advocacia que seguirei
inflexível”, encerrou o presidente da OAB-RJ.
Responsável por conduzir
a posse do presidente da OAB-RJ, Felipe Santa Cruz destacou durante o seu
discurso a importância da presença das autoridades do Judiciário e do Legislativo.
Ele lembrou que, no período inicial de pandemia, a advocacia esteve sob intenso
ataque e ainda assim “ela não dobrou seus joelhos diante dos heróis de ocasião”,
afirmou.
“Temos nossas opiniões,
são tempos de muita agressividade e muita violência, mas nós demos um passo
muito importante nessa gestão, para essa reconstrução que foi dita aqui nessa
solenidade. Nós estabelecemos um novo paradigma de representatividade quando
50% das nossas chapas serão das nossas colegas mulheres e 30% serão dos nossos
colegas negros e pardos. Nós buscamos uma entidade que reflita a realidade dos
mais de um milhão de advogados que temos em nosso País”, disse Santa Cruz. O
membro honorário vitalício da OAB Nacional encerrou sua fala afirmando que “não
há advocacia no Brasil dissociada de liberdade, da luta contra a censura e contra
o negacionismo. Se isso acontece, a sociedade estará abandonada. Viva a Ordem
dos Advogados do Brasil”.
Estiveram presentes na
primeira fila da cerimônia o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro, Henrique Carlos de Andrade Figueira; o presidente da Corregedoria
Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Ricardo Rodrigues Cardozo; o
deputado estadual e presidente da ALERJ (Assembleia Legislativa do Estado do
Rio de Janeiro), André Ceciliano; o secretário de Estado da Casa Civil, Nicola
Miccione, na ocasião representando o governador Claudio Castro; e o prefeito da
cidade do Rio, Eduardo Paes.
Também estiveram
presentes Ana Thereza Basílio, vice-presidente da OAB-RJ; o deputado federal
Sérgio Zveiter; o ministro do Superior Tribunal de Justiça Antônio Saldanha
Palheiro; a presidente da Instituição dos Advogados Brasileiros, Rita Cortez;
entre outros deputados federais e estaduais, além de conselheiros e presidentes
das seccionais do estado do Rio de Janeiro.
O ministro do Superior
Tribunal de Justiça Antônio Saldanha Palheira abriu a cerimônia discursando
sobre a importância da Ordem para a sociedade. “Advoguei por 13 anos e a OAB,
para mim, sempre foi sinônimo de inspiração e acolhimento. É a trincheira que
representa a defesa da República e da liberdade, instituição que sempre esteve
à frente para a restituição da ordem democrática”, afirmou.
Importância história da OAB
O ministro relembrou
ainda de um período de 52 anos atrás, em que ocorreu um crime durante a
ditadura, momento em que a OAB, segundo ele, “não arredou os pés até que o caso
fosse solucionado” e encerrou comentando que a instituição também apoiou sua
candidatura como ministro.
Em seguida, a palavra foi
passada para o deputado estadual e presidente da Alerj, André Ceciliano, que saudou
brevemente o momento em referência a Luciano Bandeira. Já o prefeito Eduardo
Paes destacou em seu discurso a união com a OAB/RJ para a enfrentar com
seriedade os desafios e continuar na luta pela democracia.
Representando o
governador Claudio Castro, Nicola Miccione, secretário de Estado da Casa Civil,
destacou o trabalho da Ordem do Brasil e descreveu como “um papel fundamental
na defesa das prerrogativas em uma atividade tão sofrida que contempla uma
labuta diária”.
O presidente do Tribunal
de Justiça do Rio de Janeiro, Henrique Carlos de Andrade Figueira, descreveu o
momento de posse de Luciano Bandeira como uma grande festa: “A OAB tem se
movimentado de forma a ser mais democrática, aberta, próxima da população como
devem ser todos os órgãos que prestam algum serviço público”.
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