Santa Cruz recebe Gabriela Prioli no Papo de Ordem
O presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, realizou nesta quarta-feira (9) mais uma edição do programa “Papo em Ordem”, em que ele é anfitrião no comando de uma série de conversas com juristas, advogados e personalidades da sociedade civil e do mundo jurídico. Já passaram pelo programa a empresária Luiza Helena Trajano e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. A convidada desta edição foi a advogada e professora de direito, Gabriela Prioli. A conversa abordou temas como a atual situação do país, o momento político, a pandemia, o direito e o ensino do direito, entre outros assuntos.
“Este espaço é um esforço nosso de dialogar com a sociedade, com colegas e com o Judiciário”, resumiu Santa Cruz. “Hoje temos mais perguntas do que respostas para o nosso atual momento. Tem sido um prazer realizar essas conversas, principalmente para exercer esse papel de perguntador e recebendo aqui pessoas que podem nos ajudar a pensar essa conjuntura”, disse o presidente da OAB Nacional ao abrir a conversa desta quarta-feira.
Gabriela saudou a oportunidade de falar com o presidente da Ordem e para um público predominantemente de advogadas e advogados. “Quando recebi o convite achei muito bacana porque pensei que seria uma oportunidade de me aproximar do ‘meu pessoal’. Sou advogada, dei aula por muito tempo. Porém, a vida vai caminhando e vamos direcionando nossa atenção às vezes para um lado, às vezes para outro. Então é legal que eu possa agora conversar com o pessoal que faz parte da minha história”, disse ela.
Ao abordar a presença das redes sociais no cotidiano das pessoas, Santa Cruz afirmou que elas são uma grande oportunidade de aproximação que acabaram também abrigando aspectos negativos. “Para nós, as redes sociais seriam uma revolução. Quase que uma democracia direta e, ao mesmo tempo, descobrimos toda essa violência e mágoa que esse ambiente carrega”, afirmou o presidente da OAB, que questionou a convidada sobre formas de lidar com as violências, o machismo e a brutalidade contra a mulher oriunda das redes.
“Podemos instrumentalizar as redes para algo melhor. Elas continuam a ser uma ferramenta. O que vemos acontecer com as redes, que é uma instrumentalização que vai muito para o negativo, é o sintoma de uma sociedade que tem diversas ‘doenças’. A falta de pertencimento tem como sintoma essa agressividade, a perda dos vínculos e de identidade também. Tudo isso causa esse sintoma de ressentimento, de uma agressividade cada vez maior, uma necessidade de apontamentos sobre responsáveis pela miséria de cada um e a associação direta disso a grupos que passaram a ter o espaço de voz ampliado. Tem uma situação de alerta aí para refletirmos. Essas pessoas não passaram a existir com as redes sociais. Elas existiam, só não tinham a possibilidade de se expressar”, opinou Gabriela.
Santa Cruz também perguntou sobre a questão da pandemia e citou os esforços que a OAB tem feito dentro e fora do Judiciário para contribuir com o combate aos efeitos da covid-19. “Tivemos de enfrentar uma batalha cultural para depois enfrentar a batalha conta o vírus”, disse o presidente da OAB. Ao responder, Gabriela analisou o trabalho da CPI da Covid-19, que funciona no Congresso Nacional. “Sinto que a CPI se desenvolve muito sob a lógica de fazer sucesso momentaneamente nas redes sociais. O raciocínio que aproveita a CPI no curto prazo e isso me traz uma indicação pessimista”, ponderou a advogada.
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